el mimo no solo debe ser un gimnasta sino también un pensador, un poeta

Étienne Decroux

Biografia de Étienne Decroux

Nasceu em Paris, há mais de um século, no dia 19 de julho de 1898, Etienne Decroux, falecendo em 12 de março de 1991, quando já contava com 93 anos. Decroux criou o “mime corporel”, ou a mímica pura como ele próprio chamou posteriormente.

Milhares de alunos no mundo inteiro formaram-se com ele, dentre os quais destacam-se Jean Louis Barrault, Marcel Marceau e Raymond Devos. Ainda em vida Decroux tornou-se uma lenda que provocou diversos mal-entendidos e mistificações. Em 1956 escreveu um curriculum vitae extremamente simples:

” Decroux, Étienne Marcel.Nascido para ser arquiteto. Certificado escolar aos 12. Até 1914: açougueiro, reparador de carroças, encanador, recepcionista em hospital. “

Por estar envolvido com movimentos políticos, Decroux decidiu fazer um curso de treinamento vocal, para melhor falar em público e em 1923, após os devidos testes, foi admitido na escola de Jacques Copeau.

Aos 25 anos Decroux freqüentou o primeiro ano da Ecole du Vieux-Colombier dirigida pelo mesmo Jacques Copeau, um renovador do teatro francês. No final do ano viu uma apresentação de seus veteranos, chamada “Máscaras”, na qual atores nus atuavam com uma máscara inexpressiva sobre o rosto. Com o corpo eles representavam eventos dramáticos elementares, auxiliados por palmas com as mãos e pés, assim como sons vocais. Esse espetáculo tão impressionante mudou completamente a sua vida. Assim o seu currículo prossegue:

“De 1925 até 1950 ator de dramas falados para ganhar a vida.

A partir de 1923 Decroux passou a realizar uma pesquisa constante sobre movimentos elementares da dança clássica, inventou uma técnica de mímica corporal e com um pequeno grupo realizou apresentações em Paris e no estrangeiro. O treino com o corpo nu e o rosto coberto era praticado por Copeau como estudo para atores do drama falado, este foi embrionário da Mímica Corporal de Decroux. E Decroux conclui como seu ideal:

” rien dans les mains, rien dans les poches.”

(“Nada nas mãos, nada nos bolsos.”)

Decroux atuou como ator nas companhias de Louis Jouvet e Gaston Baty e trabalhou durante oito anos no Théâtre de l’Atelier de Charles Dullin. Por toda sua via Decroux admirou Jouvet e Dullin.

Atuou como coadjuvante em aproximadamente 35 filmes, papéis mais importantes em alguns filmes de Jacques e Pierre Prévert. Representou o pai de Jean Louis Barrault, o velho Deburau no conhecido filme Les Enfants du Paradis de Marcel Carné.

O provérbio francês “Le génie est une longue patience” (“o gênio é uma longa paciência”) é totalmente aplicável à carreira artística de Etienne Decroux.

Desenvolveu a mímica corporal a partir dos exercícios do Vieux-Colombier, tornando-a uma arte dramática completamente nova, uma espécie de alfabeto mímico.

Dois encontros estimularam o seu trabalhos desde o princípio, primeiro com Suzanne Lodieu que acabou por tornar-se sua fiel companheira, “Suzanne no começo e Suzanne sempre,” ele mesmo afirmaria mais tarde. Ela atuou na primeira composição do Decroux de mímica corporal, La vie primitive (A vida primitiva).

O segundo encontro foi com Jean Louis Barrault, o trabalho conjunto entre eles foi muito frutífero, no entanto Barrault o deixou para servir o exército e depois seguiu seu próprio caminho.

Decroux continuou desenvolvendo sua arte em espetáculos solos que costumavam ser apresentados regularmente na sua sala de jantar para um público reduzido de três ou cinco pessoas.

Em 1941 abriu a Ecole de Mime, teve problemas de início com a falta de habilidade e compromisso de seus alunos, mas por ser perseverante, inteligente, dotado de um brilhante senso analítico e com a fé que tinha na sua missão, Decroux superou todos os seus problemas.

Durante os últimos anos da Segunda Guerra mundial Decroux conseguiu desenvolver um grupo com a algumas pessoas interessadas e fiéis entre os quais estavam o seu jovem filho Maximilien e Eliane Guyon, e após a libertação da França dos nazistas, o seu trabalho tornou-se conhecido.

No dia 27 de junho de 1945 – Decroux contava com 47 anos e pela primeira vez um espetáculo de mímica foi apresentado em teatro de Paris para mais de mil espectadores.

O espetáculo foi estrelado pelo próprio Decroux e seus alunos Eliane Guyon, e Jean Louis Barrault. Uma presença importante nesta apresentação foi de Gordon Craig que depois de assistir escreveu um entusiasmado artigo em um jornal parisiense e a partir daí o trabalhou de Decroux ganhou um novo impulso.

Seu reconhecimento cresceu, realizando mais apresentações em Paris para grandes platéias, além de ganhar novos alunos na sua escola. Nos anos seguinte foram realizadas tournês pelo exterior: Itália, Suíça , Bélgica, Holanda, Suécia, Inglaterra e Israel. Além das apresentações Decroux lecionou como professor convidado em todos estes países, foi professor convidado por um ano na escola do Piccolo Teatro di Milano, dirigiu uma escola e uma companhia de mímica em Nova Iorque durante cinco anos e em 1963 voltou a Paris, onde treinou jovens de todas as nações em um pequeno cômodo da sua própria casa em Boulogne-Billancourt até poucos anos antes da sua morte.

Algumas de suas criações foram: l’Usine, Les Arbres, Combat Antique, Duo Amoureux, Le passage des hommes sur la terre, Petits Soldats, Chirurgie Esthétique, Méditation, l’Esprit Malin, etc.

Alguns mal-entendidos persistentes:

  • Para a maioria das pessoas mímicas eqüivale ao que Marceau fazia, oriunda da grande difusão do seu trabalho pantomímico por todo o mundo e do êxito que o mesmo tem entre seu público.
  • A mímica, por ser uma arte do movimento, é normalmente considerada como um ramo da dança. Essa conceito poderia ser aceitável no passado, mas após Decroux, a mímica se tornou uma arte autônoma com suas próprias raízes. Decroux é geralmente considerado como um herdeiro e sucessor Jean Gaspard Deburau, pantomimo francês famoso do século XIX, idéia essa reforçada pelo filme Les Enfants du Paradis no qual Decroux representa o pai de Barrault no papel de Pierrot-Deburau.

Este filme teve um sucesso internacional imediato após a Segunda Guerra Mundial, porém acabou se tornando um símbolo inadequado do renascimento da mímica, pois não há de fato nenhuma relação entre a mímica corporal de Decroux e a pantomima de Deburau.

A arte de Decroux tem as suas raízes na renovação do teatro do século XX e pode ser situado entre trabalhos como os de Craig, Stanislawski, Meyerhold, Copeau, Artaud, Brecht, Grotowski…

Essa renovação foi uma busca pela essência desta arte em comparação ao cinema, televisão, literatura. Nas artes visuais podemos apontar paralelos com a arte de Decroux: Kandinsky, Mondrian, Brancusi entre outros. No teatro moderno três artistas podem ser considerados os pioneiros da expressão corporal e da linguagem do movimento para o ator dramático: Meyerhold na Rússia, com sua biomecânica, Decroux na França, com a sua mímica corporal e Grotowski da Polônia com seus treinos físicos.

Decroux elegeu o cavalo-marinho como seu símbolo, por representar perfeitamente o tronco, a espinha é a essência da mímica corporal, o cavalo-marinho é um animal poético: leve, elegante, misterioso, move-se lentamente pelas águas, símbolo do estatuário móvel de Decroux.

Princípios

A Mímica

Antes de começar…

A mímica, como a fala e a dança, é uma das capacidades inerentes ao ser humano, todos nascemos com essas potencialidades e no caso da dança a sua negação na fase adulta ocorre por bloqueios de ordem psicológica ou social, um exemplo claro disso são as crianças que naturalmente dançam ao escutar algum ritmo musical e não tem dificuldade de expressar suas vontades sem o uso das palavras.

Sendo a mímica e a dança elementos naturais ao espírito humano temos que diferenciar a “ação da dança/mímica” da dança/mímica como forma de expressão codificada ou gênero de manifestação artística e o dançarino/mímico que como “profissional” tem que passar por um estudo e treino rigoroso, aprendendo a ter um controle consciente de sua expressão física, dominando esta potencialidade natural e espontânea.

Os primeiros registros encontrados sobre a mímica ocidental como manifestação artística vêm da Grécia no ano 270A.C. pelo escritor grego Herondas, em seus espetáculos o ator/mímico realizava movimentos simbólicos ilustrando uma narração, acompanhado de música e sons em uma espécie de dança simbólica.

Atravessando os tempos, a mímica ocidental continuou como ferramenta de discurso narrado, sempre se apresentando como uma dança abstrata ou reproduzindo símbolos, também como forma de suporte a expressão física de atores como na Commedia dell’Arte, como forma de amplificar a veracidade do discurso.

Na França no século XIX que a mímica passou a ter um gênero próprio: a pantomima. No ano de 1697, o rei Luis XIV baixou uma lei expulsando todos os atores italianos de paris e proibindo os que restaram na periferia de falar no palco, assim usando a criatividade para burlar esta lei absurda, no ano de 1700 nasce à pantomima muda. Esse novo gênero torna se popular e nascem diversas trupes se espalhando por toda a França, Inglaterra, Holanda, Alemanha, Áustria e Dinamarca.

Em 1716 o governo francês volta a liberar o uso da fala em todos os teatros, mas devido a seu grande sucesso a pantomima muda continua a ser apresentada assim mesmo, e fomenta o nascimento de um novo gênero da mistura entre a pantomima muda e o texto falado, o melodrama.

Um século depois do seu nascimento a pantomima muda caminhava para vias do esquecimento, e voltou a ganhar força quando Napoleão começou novamente a impor sanções e regras absurdas aos teatros na França.

Em 1819 aparece na cena Jean-Gaspard Deburau, conquista o publico como ator em pantomimas mudas, iniciando uma carreira de sucesso que sobrevive mesmo depois de cair às sanções de Napoleão aos teatros franceses, Deburau criou um estilo próprio e influenciou toda uma geração, mas infelizmente inspirado em seu sucesso apareceram uma cadeia de imitadores, que acabaram substituindo sua genialidade por meras cópias, levando a uma degradação progressiva deste gênero.

No final do século dezenove devido à dureza acadêmica na França o teatro e a dança estavam em um período de decadência, onde a vaidade dos artistas e a estética dos figurinos eram mais importantes do que a qualidade do intérprete, a pantomima foi reduzida a expressão das mãos e do rosto devido a figurinos que não permitiam o movimento, a dança se transformou repetição de poses com um tronco que não se movia devido ao uso de corpetes e o teatro estava diminuído a exaltação do ego de celebridades do momento.

O momento era propício a uma grande mudança, mas o fator que influência a renovação nas artes vem de um novo espírito que aparece nas ciências, tecnologia e esportes, um novo paradigma começa a surgir na Europa, era o início da revolução industrial, um objetivismo purista guiava a uma busca a essência das coisas.

Durante este período, no início do século XIX surge um escritor, editor e crítico teatral que com 33 anos e sem ainda nunca ter pisado em um palco decide aplicar suas idéias na prática com o intuito de salvar o teatro de sua decadência, se concentrando no treino físico e intelectual dos atores e eliminando do palco todos os elementos desnecessários.

Este homem foi Jacques Copeau, que em 1913 fundou em um local afastado do centro de Paris o teatro Vieux Colombier, de onde surgiram mudanças importantes, como a ênfase na formação dos atores e a modificação na formatação da sala de espetáculos, colocando a iluminação em refletores pendurados no teto, eliminando o fosso da orquestra aproximando o palco da platéia e colocando escadas ligando os dois.

Junto do teatro funcionava uma escola com formação eclética e forte influência do teatro oriental, na escola do Vieux Colombier os alunos estudavam literatura, história, locução, voz, confecção de adereços e um treino físico intenso com acrobacia, balé clássico, educação física, e treino com máscara, também conhecido como mímica corporal.

Os alunos do vieux colombier eram divididos entre dois grupos: A e B, o grupo A eram os alunos que buscavam seguir ou já seguiam carreira nas artes e no teatro como profissionais, o grupo B eram apenas curiosos ou pessoas sem pretensões de seguir carreira, as quais tinham outras profissões.

Etienne Decroux um aluno do grupo B, iniciou seus estudos em 1923, ao ver uma placa enquanto caminhava na rua, como era ligado a política e gostava muito de se envolver em discursos e discussões públicas resolveu fazer aulas de dicção.

Com então 25 anos, até então trabalhava em construções, mas também trabalhou como pedreiro, pintor, encanador, colocador de azulejos, açougueiro, estivador, reparador de carroças, lavrador, marinheiro, lavador de pratos e recepcionista em um hospital.

Decroux freqüentou o primeiro ano da Ecole du Vieux-Colombier dirigida pelo mesmo Jacques Copeau e em junho de 1924 assistiu uma apresentação de seus veteranos, chamada “A Máscara”, na qual atores com os corpos quase nus atuavam com uma máscara inexpressiva sobre o rosto. Com o corpo eles representavam eventos dramáticos elementares, auxiliados por palmas com as mãos e pés, assim como sons vocais.

Ali nascera a mímica corporal, a mímica moderna.

“ sentado quieto entre os expectadores eu presenciei um espetáculo fabuloso.

Consistia em mímica e sons. Toda a performance aconteceu sem uma palavra sem maquiagem sem figurinos sem nenhum efeito de iluminação, sem cenários e nenhum outro acessório.

Os atores eram tão habilidosos que conseguiram condensar várias horas em alguns segundos e conseguiram agregar vários locais em apenas um. Simultaneamente sobre nossos olhos eles tivemos um campo de batalha, a vida ordinária o mar e a cidade.

Os personagens alternavam de um para outro com total veracidade.

A atuação foi emocionante e foi compreendida por uma beleza plástica e musical.”

(World on mime, decroux, PP. 4-5)

Tanto o treino com a máscara neutra e com o rosto coberto por um véu, eram praticados por Copeau como estudo para atores do drama falado, este segundo foi o embrionário da Mímica Corporal (ou Mimo Corpóreo) de Decroux, que criou uma arte nova, partindo do movimento teatral de vanguarda de sua época influenciado pelo teatro oriental, sem ter nenhuma relação com a tradição da Pantomima ou o que se conhecia como mímica ate este momento, Decroux trouxe uma arte nova e deu-lhe esse nome em referência ao exercício da escola de Copeau e a relação de sua técnica com o estudo do movimento corporal em sua ação no mundo.

Esta apresentação dos alunos o impressionou tão profundamente que a partir daquele momento, Decroux passou para o grupo A, e iniciou uma sólida carreira como ator em drama falados, de 1925 até 1950.

Cinema:


Decroux atuou como coadjuvante em aproximadamente 35 filmes, papéis mais importantes em alguns filmes de Jacques e Pierre Prévert. Representou o pai de Jean Louis Barrault, o velho Deburau no conhecido filme Les Enfants du Paradis de Marcel Carné.


Teatro:


Atuou como ator nas companhias de Louis Jouvet e Gaston Baty e trabalhou durante oito anos no Théâtre de l’Atelier de Charles Dullin. Por toda sua via Decroux admirou Jouvet e Dullin.

Desenvolveu a Mímica Corporal Dramática (ou Mimo Corpóreo) a partir dos exercícios do Vieux-Colombier, tornando-a uma arte dramática completamente nova, um alfabeto corporal autônomo.

Dois encontros estimularam o seu trabalhos em seu início, primeiro com Suzanne Lodieu que acabou por tornar-se sua fiel companheira, “Suzanne no começo e Suzanne sempre,” ele mesmo afirmaria mais tarde. Ela atuou com Decroux na sua primeira composição de mímica corporal, La vie primitive (A vida primitiva). 

O segundo encontro foi com Jean Louis Barrault, o trabalho conjunto entre eles foi muito frutífero, no entanto Barrault o deixou para servir o exército e depois seguiu seu próprio caminho.

Decroux após sair do Vieux Colombier continuou desenvolvendo sua arte em espetáculos solos que costumavam ser apresentados regularmente na sua sala de jantar para um público reduzido de três ou cinco pessoas.

Em 1941 abriu a Ecole de Mime, teve muitos problemas de início pela falta de habilidade e compromisso de seus alunos, mas por ser perseverante, inteligente, dotado de um brilhante senso analítico e com a fé que tinha na sua “missão”, Decroux conseguiu superar todos os problemas e transformar sua pequena escola em referência em todo mundo.

Durante os últimos anos da Segunda Guerra mundial Decroux conseguiu desenvolver um grupo com algumas pessoas interessadas e fiéis entre os quais estavam o seu jovem filho Maximilien e Eliane Guyon, e após a libertação da França dos nazistas, o seu trabalho tornou-se conhecido.

No dia 27 de junho de 1945 – Decroux contava com 47 anos e pela primeira vez um espetáculo de mímica foi apresentado em teatro de Paris para mais de mil espectadores. O espetáculo foi estrelado pelo próprio Decroux e seus alunos Eliane Guyon, e Jean Louis Barrault.

Uma presença importante nesta apresentação foi de Gordon Craig que depois de assistir escreveu um entusiasmado artigo em um jornal parisiense e a partir daí o trabalhou de Decroux ganhou um novo impulso. Seu reconhecimento cresceu, realizando mais apresentações em Paris para grandes platéias, além de ganhar novos alunos na sua escola.

Nos anos seguinte foram realizadas tournês pelo exterior: Itália, Suíça , Bélgica, Holanda, Suécia, Inglaterra e Israel.

Além das apresentações Decroux lecionou como professor convidado em todos estes países, foi professor convidado por um ano na escola do Piccolo Teatro di Milano, dirigiu uma escola e uma companhia de mímica em Nova Iorque durante cinco anos e em 1963 voltou a Paris, onde treinou jovens de todas as nações em um pequeno cômodo da sua própria casa em Boulogne-Billancourt até poucos anos antes da sua morte.

A Mímica Corporal pode ser chamada da arte de movimento em lugar de arte de silêncio, ela compreende: técnica, conceito e um vasto repertório de peças e figuras.

A técnica é o estudo detalhado e sistemático do movimento produzido pelo corpo humano, promovendo uma pesquisa profunda da articulação no corpo e no espaço, conscientização do uso do peso, tensão/relaxamento muscular, níveis de energia e ampliação das capacidades expressivas, tendo como perspectiva formar um repertório corporal e dramático destinado à prática teatral.

O conceito é um convite à observação dos movimentos intercorporais e extracorporais de uma maneira nova e mais detalhada, estendendo o repertório de possibilidades e colocando o movimento como integrante na composição pessoal de cada intérprete.

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